04/11/2013

Medicamentos + Direção: Uma combinação temível

Estar atento ao dirigir é fundamental para que a viagem ocorra de maneira tranquila e segura, por isso é preciso cuidado antes de tomar alguns remédios. O farmacêutico Wagner Moresco, de Videira-SC, fala sobre o assunto e explica quais medicamentos podem causar sonolência e reduzir os reflexos, prejudicando o desempenho do motorista ao volante e podendo causar acidentes.

O uso indiscriminado dos medicamentos psicostimulantes  derivados da anfetamina, por motoristas de caminhões é uma prática antiga. Além disso, a venda ilegal desses medicamentos se dá em diversos locais do país (mercado negro).


Todo medicamento tem efeitos colaterais e, por mais que eles tenham sido criados para combater doenças, também podem oferecer riscos para a saúde. A diferença entre o remédio e o veneno está na circunstância e na dose, por isso, os medicamentos devem ser encarados de forma séria. É comum acontecer intoxicações por medicamentos considerados inofensivos pela população como analgésicos, anti-inflamatórios e antigripais.

Há um rigoroso controle sobre a venda desses medicamentos por parte dos órgãos competentes e, também, de um trabalho de conscientização dos motoristas que arriscam suas vidas e as de outras pessoas nas rodovias brasileiras. Vale lembrar que o motorista que for pego em uma simples parada para verificação de documentação ou condições do caminhão pode ser preso por tráfico de drogas se portar medicamento tarja preta sem cópia e/ou segunda via do receituário em seu nome, prescrito por profissional habilitado. Muitos caminhoneiros tomam o famoso “rebite” um medicamento tarja preta, proscrito no país desde 2012, ou seja anfepramona, femproporex e mazindol que se enquadram como drogas de uso ilícito como se fosse cocaína, maconha etc, lembrando que o risco de ataque cardíaco e de morte aumenta quando combinado com álcool.

Muitas vezes o problema vem de uma automedicação, um amigo ou familiar recebeu uma prescrição de um remédio e repassa para o paciente quando este está com sintomas parecidos, com intuito de ajudar. Porém, não é porque uma medicação funcionou bem para um que terá o mesmo efeito no outro, isso traz um risco muito grande de complicações.

O problema se agrava quando o motorista toma outros medicamentos para uma doença córnica (hipertensão, diabetes, etc.) combinados com o “rebite”, onde a interação entre os eles pode intensificar ou anular o efeito dos medicamentos, além do risco de gerar algum novo problema.

As combinações mais perigosas comumente associadas pelos motoristas são:

Anti-inflamatórios + ácido acetilsalicílico (aspirina)
A mistura pode causar uma irritação na mucosa gástrica devido a um efeito somatório, aumentando o risco de desenvolvimento de gastrite e úlceras.

Anti-inflamatórios + paracetamol
Os dois remédios juntos podem gerar problemas renais levando a quadros hepáticos.

Antidepressivos + antigripal (anfetamina)
Essa combinação pode gerar um grande aumento da pressão, levando até a delírios.

Antiácidos + antibióticos
O antiácido pode interferir na absorção do antibiótico diminuindo sua eficiência.

Anti-hipertensivo + calmantes
Causa sonolência e queda de pressão.

Remédios para disfunção erétil + antidepressivos
Aumenta os riscos de priapismo, quando o pênis fica ereto por mais de seis horas causando problemas para o órgão.


ATENÇÃO: O efeito desses remédios é rápido, em média em 1 hora todos os medicamentos fazem efeito e podem se prolongar por até 8 ou 12 horas. No caso de um “arrebite” o efeito de vigília pode durar até 6 horas.

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