27/03/2014

Compostagem de dejetos, uma solução na Agropecuária Carboni

Grande parte das propriedades suinícolas do estado de Santa Catarina possuem áreas restritas para deposição dos dejetos gerados, este fator limita o plantel de animais das propriedades. Mas novos conceitos de responsabilidade social surgem alternativas visando minimizar o problema.

A Agropecuária Carboni implementou nas unidades produtivas em Gramado e Novo São Paulo uma alternativa para minimizar o risco de contaminação do dejeto suíno e otimização da área com maior capacidade produtiva.


Este sistema evita o lançamento direto do dejeto liquido nas áreas agricultáveis, direcionando a uma unidade mecanizada e automatizada de compostagem.

O processo consiste em lançar sobre uma cama de serragem o dejeto líquido, a unidade mecanizada realiza o revolvimento e homogeneização deste material, proporcionando a evaporação do dejeto bruto e o tratamento pela ação das bactérias aeróbias, desenvolvida durante o processo de fermentação deste dejeto, ocorrendo o processo conhecido como compostagem. Cabe ressaltar que cerca de 95% do dejeto em seu estado liquido é composto por água, passível de evaporação.


Como resultante temos a produção de calor que devido à alta carga de nitrogênio presente no dejeto mais a serragem rica em carbono, propicia condições ideais para o processo de degradação da matéria orgânica. Este aumento de calor auxilia na evaporação da água presente no dejeto, no que se baseia um dos princípios da unidade. O sistema também tem a capacidade de eliminar praticamente 100% dos micro organismos patogênicos.

Este material permanece na lera de compostagem por um período de até um ano, sendo revolvido diariamente e adicionado novamente dejeto ao demostrar uma completa evaporação da parte liquida no composto.

Após o período de permanência do composto na unidade, este é retirado e deixado por mais um período de descanso de 40 a 60 dias, para finalização do processo de degradação da matéria orgânica e eliminação do nitrogênio presente no dejeto.

O método também auxilia na redução da proliferação de moscas, pois com o revolvimento diário da massa, os ovos depositados são levados para o meio da compostagem, não resistindo ao calor provocado pelo processo. O mal cheiro que o dejeto exala quando armazenado em esterqueiras convencionais também é reduzido neste processo.

Não aplicar o dejeto liquido em áreas cultivadas evita escorrimento superficial e lixiviação dos dejetos, diminuindo o risco de contaminação de mananciais e também reduz custos com transporte no momento da aplicação. O armazenamento do composto após retirado da unidade é mais facilitado, podendo ser transportado a granel ou ensacado por distancias longas, além de possuir concentrações elevadas de nutrientes em volumes menores, tendo ainda a possibilidade de comercialização como um composto orgânico.

Um comentário:

  1. Muito interessante e válido. O composto torna-se um rico insumo para a lavoura. Ainda, se acrescer cepas de Bacillus e outras decompositoras no processo, este fica mais rápido e eficiente, diminuindo sensivelmente o tempo de transformação do composto, evitando uma sobrecarga no sistema com a liberação de espaço físico em menos tempo. Caso o interesse no composto seja aproveitá-lo na agricultura, a adição de Nitrobactérias, Azotobactérias e algumas cepas de Rhizobium propociam a transformação do nitrogênio, mantendo-o no composto em forma atóxica ao meio e totalmente assimilável pelas plantas, trazendo com isso, redução de custo significativo, na cultura do milho por exemplo. Um grande abraço ao grupo que está fazendo um ótimo trabalho.

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