01/07/2014

Governo decide manter IPI menor até dezembro

Como já era esperado, após reunião com o presidente da Anfavea, Luiz Moan, e dirigentes da Fenabrave, realizada na segunda-feira, 30, no gabinete ministerial em São Paulo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega anunciou a manutenção do Imposto sobre Produto Industrializado – IPI – reduzido para veículos leves até 31 de dezembro. A alíquota estava prevista para aumentar a partir de 1º de julho.

Pelo plano atual e que agora vigora até o fim deste ano, o imposto para modelos equipados com motores flex 1.0 continuará em 3% (passaria a 7%), os de motorização flex entre 1.1 até 2.0 permanecem com 9% (aumentaria para 11%) e os com motor a gasolina até 2.0 terão alíquota de 10% até o fim do ano (iria para 13%).

No início deste mês, o próprio Mantega sinalizou que analisaria a situação do setor e, a partir de então, se haveria o aumento gradual ou total do IPI para o segundo semestre. Conforme prometido, ele garantiu divulgar o resultado desta avaliação no último dia de vigência da alíquota menor (leia aqui).

“Vamos manter estas alíquotas até dezembro para estimular as vendas do setor, de modo que, a indústria, mesmo nesse período em que as vendas forem um pouco menores, consiga manter, por exemplo, os trabalhadores do setor, porque as vendas deverão melhorar nos próximos meses. Foi o que nós combinamos com a 
Anfavea”, declarou Mantega em entrevista coletiva concedida à imprensa após o término da reunião.

No discurso sobre os fatores que influenciaram a decisão pela prorrogação do IPI menor, mesmo sem revelar quaisquer dados de vendas para o período, Mantega deixou claro que o resultado de fechamento do primeiro semestre será de queda, assim como o do acumulado imediatamente anterior, de janeiro até maio, quando as vendas diminuíram 5% com relação ao mesmo período do ano passado.

“Diante das vendas mais fracas verificadas no primeiro semestre, em função de uma série de fatores, como o encarecimento do crédito neste período e os sete dias úteis a menos em junho, em função dos feriados e da Copa do Mundo, vamos tomar as medidas para viabilizar um segundo semestre melhor do que foi o primeiro”, disse o ministro.

Alento
Questionado sobre os resultados de vendas da primeira metade do ano, Moan, que também participou da entrevista coletiva, lembrou que a segunda-feira (30) é o último dia útil do semestre e que o desempenho do setor só será revelado após este fechamento (na quarta-feira, 3, pela 
Fenabrave, e na segunda-feira, 7, pela Anfavea). O executivo confirmou ainda que a Anfavea apresentará neste próximo encontro com a imprensa a revisão das projeções para o ano, que até agora preveem crescimento das vendas de 2014 em 1,1% sobre o ano anterior.

“Nossa expectativa, com essa manutenção, é podermos ter um segundo semestre melhor do que o primeiro semestre e com isso voltar a construir um ritmo de crescimento nas nossas vendas”.

O executivo argumentou que existe uma tendência natural do setor – e macroeconômico – do segundo semestre ser mais forte em termos de vendas se comparado ao primeiro. “A manutenção significa a não alteração de preço neste momento. Nós temos convicção de que crescendo no segundo semestre com relação ao primeiro, vamos reduzir, sem dúvida, essa queda que acumulamos para o ano”, defendeu Moan.

Contrapartida
Segundo Moan, a questão de crédito, levantada por ele mesmo e pelo ministro como um dos fatores que dificultaram um melhor desempenho das vendas nos meses passados, não foi discutida na reunião. Contudo, ele confirmou que na contrapartida da redução do IPI, o governo espera que a indústria mantenha os níveis de emprego.

“O setor está mantendo o nível geral de empregos, desde que iniciou a primeira redução do IPI, em maio de 2012. Deixamos claro ao ministro que a indústria automotiva continuará com todo esforço de manutenção máxima dos postos de trabalho, seja por concessão de férias, licença remunerada, lay-off’s. O que temos praticado é o programa de demissão voluntária (PDV), especialmente dirigida aos aposentados ou funcionários em fase de aposentadoria.”

Arrecadação
Mantega revelou que com a prorrogação do IPI nos níveis atuais até 31 de dezembro, o governo deixará de arrecadar algo como R$ 800 milhões no segundo semestre. Ele estima que no primeiro semestre deixou de arrecadar um valor semelhante, o que significa que com o IPI menor, serão aproximadamente R$ 1,6 bilhão a menos nos cofres públicos.

Por sua vez, Moan defendeu que a redução da alíquota permitiu vender um maior volume de veículos, aumentando a arrecadação de outros impostos:

“Entre maio de 2012 (primeira redução do IPI) até dezembro de 2013, houve aumento de vendas de 1,5 milhão de unidades. Com isso, houve perda de R$ 4,9 bilhões em IPI, mas ao mesmo tempo, houve ganho de R$ 5,1 bilhões em PIS/Cofins, além dos ganhos de ICMS e IPVA. Em ganho total, o governo arrecadou R$ 8,1 bilhões a mais”, disse.


IPI/

Fonte: http://www.automotivebusiness.com.br/

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