10/12/2018

Iveco prevê crescimento de 21% das vendas de caminhões em 2019

Para a montadora, volume total deve superar as 104 mil unidades no Brasil
Marco Borba, vice-presidente da Iveco para América Latina, avalia mercado de caminhões e prevê novo crescimento para 2019 (Foto: Carlos Magno)
Com a expectativa de que o mercado brasileiro encerre 2018 com um volume de vendas totais de 86,5 mil caminhões – até novembro foram 68,3 mil com alta de 49% – a Iveco prevê um novo crescimento para o setor em 2019 na ordem de 21%, para 104,7 mil veículos. Se a previsão se confirmar, esta será a primeira vez que o setor superará a faixa das 100 mil unidades em quatro anos. A última vez que se viu um nível acima disso foi em 2014, quando o segmento de pesados registrou pouco mais de 137 mil veículos novos entregues ao mercado interno. No volume estimado, a montadora inclui os modelos de peso bruto total (PBT) a partir de 3,5 toneladas.

“Superada a crise, o momento do mercado é outro, está apontando para cima e indicando mais de 100 mil unidades”, afirma o vice-presidente da Iveco para a América Latina, Marco Borba.

O executivo lembra a trajetória de depressão do mercado entre 2013 e 2017, quando as vendas caíram abruptamente ano após ano, até começar a retomar o fôlego em meados do ano passado. “Em alguns momentos a crise exigiu algumas adaptações, mas em momento algum a Iveco ‘botou o pé no freio’ e continuamos nos mexendo”, disse, se referindo ao fato de a empresa ter sido uma das poucas fabricantes de veículos comerciais a anunciar investimentos no período da crise – embora o anúncio de US$ 120 milhões entre 2017 até o primeiro semestre de 2019 tenha sido feito durante a Fenatran, maior feira do segmento para a região da América Latina realizada em outubro de 2017, quando o setor já dava sinais mais firmes de recuperação.

O diretor de vendas e marketing, Ricardo Barion, reforçou dizendo que a confirmação de que o pior já havia ficado para trás veio com a reversão da curva de queda dos índices de confiança da indústria, do varejo e de serviços. Por conta desse cenário um pouco mais alentador, a primeira reação é tradicionalmente do mercado de caminhões pesados, responsável por 70% do transporte de cargas no País. Com isso, a nova projeção da montadora apontou para a venda total de 86,5 mil veículos pesados neste ano, o que já representa 43% de aumento com relação a 2017. “Só nos pesados, as vendas devem dobrar este ano”, afirma Barion.

Prova disso é o aumento do índice de tráfego de veículos no Brasil que mostra o total de caminhões registrados em pedágios nas estradas do País: o número já está no patamar verificado em 2012, período antes da crise.

Em sua análise, Borba acredita que como o segmento de pesados teve o maior índice de crescimento deste ano, o crescimento da categoria deverá ser mais linear e menos intenso em 2019. Em contrapartida, as demais categorias, como os semileves, leves e médios devem crescer com índices maiores que os realizados por cada um deles em 2018. “As vendas vão aumentar em 2019 com relação a 2018 e como marca deveremos crescer junto com o mercado. Já como meta, a Iveco quer manter sua participação e crescer em cada segmento; mas não crescer só por crescer e sim aumentar os negócios de uma forma muito sustentável em cada segmento que atuamos”, defende.

ADAPTAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO

Ao longo dos últimos dois anos, a Iveco sofreu transformações importantes em termos de produto, como a descontinuação da linha de médios Vertis, a introdução do câmbio automatizado no semipesado Tector, o lançamento de mais opções na categoria de furgão com o Daily City e agora com o lançamento em 2019 do novo pesado Hi-Road, que substitui o Stralis.

Ele conta que essa recuperação iminente do mercado percebida já no ano passado chamou a atenção dos dirigentes globais da Iveco, o que permitiu dar um passo adiante no planejamento da marca para o mercado local.

Além dos novos produtos com novidades também já confirmadas para 2019, a empresa mantém seu plano de expansão da rede: em 2018, a ideia é encerrar com 74 casas, 16% a mais que as 64 no fim de 2017. No ano que vem, a rede aumentará ainda mais, cerca de 20%, e pretende chegar a 88 unidades, entre revendas (pontos de venda) e pontos de assistência.

“Precisa ser estratégico na redistribuição da capilaridade e sempre olhar as rotas que precisam dessa cobertura. As vezes um local precisa mais de um ponto de assistência do que de vendas e essas 88 concessionárias previstas para 2019 são todas estrategicamente desenhadas e preparadas que cobrem quase 100% da necessidade dos pontos reais de vendas e de pós-venda no País”, afirma Borba.

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